Vida de gaúcho
Zequinha silvaPlantador, cultivei terra
Gritei com o gado que berra
Fui valente laçador
Eu tenho a pele queimada
A palma da mão caleja
Peguei na lida pesada
Enfrentei frio e calor
Levantei de madrugada
Alegre com a peonada
Comendo uma carne assada
Foi assim que me criei
Tomando um bom chimarrão
Golpeando um redomão
Mostrando a fibra de peão
Muitos potros eu amansei
Já me meti em tempo quente
Tirei fama de valente
Fiz triste ficar contente
Nos lugar por onde passo
Sou feliz, vivo sozinho
Só da mãe ganhei carinho
Do meu pai ganhei um pinho
Pra cantar modas que faço
Trovador, fui campeão
Já conquistei coração
De prenda que pra outros peão
Não dava tais liberdades
De fato fui peão pachola
Mas eu nunca fui gabola
Uma canção me consola
Nas horas que dá saudade
Laçador, nunca errei pealo
Nunca caí de cavalo
Tenho certeza em que falo
Eu não faço atrapalhada
Hoje estou mais moderado
Meu viver está mudado
Não ouço o berro do gado
Só lembro a vida passada
Viajo sem ter paradeiro
Cantador, bom fandangueiro
Este torrão brasileiro
É meu país, eu em digo
Mas se eu morrer em outro estado
Eu quero ser transportado
Para o meu rio grande amado
Onde eu quero o meu jazigo