A morte da bugrinha
Zico e zecaEu deixei o meu estado
No sertão do Rio do Peixe
Quando eu cheguei do outro lado
A bugrada me prendêro
Num tronco eu fui amarrado
Noutro dia bem cedinho
Pra morrê fui condenado
Esperando a triste hora
Eu vi os bugre dançá
E uma bugrinha bonita
Começô a me namorá
Fazendo o sinar com a mão
Ela veio me explicá
Te arranjo uma canoa
Que era pra eu me sarvá
Os bugre tava entretido
Nesta hora eu me escapei
Com a bugrinha por diante
Na beira do rio cheguei
Fui dizer adeus pra ela
Mas coragem eu não achei
Carregando ela nos braço
Na canoa eu me embarquei
Um bugre tava sondando
No arto de uma ramada
Quando ele avistou a canoa
Atirou uma flechada
A bugrinha deu gemido
E no rio caiu deitada
Deixando um rastro vermeio
Naquelas águas prateada
Aquele rosto moreno
Disse adeus e afundou
A canoa foi descendo
Num pranto cheio de dor
Meu coração de caboclo
Deste peito se apartou
No fundo do Rio do Peixe
Com a bugrinha ele ficou
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