Ponto cego
Ademilson tertoNão podes descartar-me mais de sua mão, pois a tua demência é sua solidão
Se em tua carência, minha existência lhe conforta o ego
Ganhe a minha ausência, sua penitência, o seu ponto cego
Eu não preciso de você para me virar, a solidão me afaga ao me maltratar
Não busco encontrar os trejeitos seus, pois o seu personagem não me convenceu
Se apóia em elogios, gosta de assovios, declarações de amor
Ouvir de vários caras, renova a tua aura, te salva de sua dor
Eu sou o veneno que corre direto pro seu coração
Sou borboletas no estômago, sou sua paixão
Eu sou ferida que teima em abrir, já não consegue mais se estancar
Pode fingir que logo vai passar
Mas não
Você é um personagem, seu mundo é uma imagem, de um sonho infantil
Quer se sentir amada, curte ser venerada, mas ainda sente frio
Canção sem melodia, rima sem maestria, romance sem amor
Vida sem alegria, sonho sem fantasia, buquê sem uma flor
Não quer mais sentir medo, não quer ter mais segredo, mas busca multidão
De tantos que te amam, tantos que se enganam, só encontra solidão