Carvão
Alexandre frança
A vista mais rasgada me acompanha,
eu já não sei
Se tudo eu já vivi
ou tudo isto eu só criei
Eu caio no mundo
O mundo pede o que eu não dou
Eu dou meu medo
O meu segredo ele não pede
É só o que tenho, é o que sou.
Com poucos dedos toco
a flauta doce que me mata
E tudo que ela cria
tem um "eu" que me contrasta
Se pedisse medo
O medo teria pra dar
Mas pede segredo
Isto eu não crio
Segredo nasce quando o espanto
rasga os olhos devagar.
Vai, vai carvão pinta noite
e faz que me mata
Não mata porque só morrer não basta
Em um céu tão lindo numa noite calma
Há um outro céu vazio
que eu chamo "alma"
eu já não sei
Se tudo eu já vivi
ou tudo isto eu só criei
Eu caio no mundo
O mundo pede o que eu não dou
Eu dou meu medo
O meu segredo ele não pede
É só o que tenho, é o que sou.
Com poucos dedos toco
a flauta doce que me mata
E tudo que ela cria
tem um "eu" que me contrasta
Se pedisse medo
O medo teria pra dar
Mas pede segredo
Isto eu não crio
Segredo nasce quando o espanto
rasga os olhos devagar.
Vai, vai carvão pinta noite
e faz que me mata
Não mata porque só morrer não basta
Em um céu tão lindo numa noite calma
Há um outro céu vazio
que eu chamo "alma"
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