As rosas do meu caminho
André baptista
Quem julga que são rosas as pedras do meu caminho
Não sabe que encontrei sempre nas rosas que me deram
Perfumes que, ao fugir, me deixaram espinhos
Dos olhos me caiu o sangue que fizeram
Não sabe que encontrei sempre nas rosas que me deram
Perfumes que, ao fugir, me deixaram espinhos
Dos olhos me caiu o sangue que fizeram
Porque o perfume é passageiro, é fugaz
Como lume que nos faz mais frio na cinza arrefecida
E os espinhos numa ferida que magoa na alma duma pessoa
Duram tanto como a vida
Quisera como dantes saber rir em gargalhadas
Tão vivas que no ar ganhassem formas esculpidas
Porém, no sol da vida há nuvens que paradas
Enchem de sombras negras a luz de certas vidas
E quando canto todos veem com certeza
Na minha vida a beleza dum sonho que quer vingar
Mas ninguém pode dar vida a um sonho belo
É construir um castelo que é todo feito no ar
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