Caldeirada
André baptistaJá que o peixe estava todo reunido
Teve o Goraz a ideia de falar à assembleia
No que foi muito aplaudido
Camaradas, principia
A ordem do dia é tudo aquilo que for poluição
Porque o homem que é um tipo cabeçudo
Resolveu destruir tudo, pois então
E com tal habilidade e intensidade
Nas fulgurâncias do génio
Que transforma a água pura, numa espécie de mistura
Que nem tem oxigénio
E diz ele que é o rei da criação
As coisas que a gente lhe ouve e tem de ser
Mas a minha opinião, diz o Pargo Capatão
Gostava de lha dizer
Pois se a gente até se afoga, grita a Boga
Por o homem ter estragado o ambiente
Dá cabo da criação, esse pimpão, e isso não é decente
Diz do seu lugar: tá mau o Carapau
Porque por estes caminhos
Certo vamos mais ou menos, ficando todos pequenos
Assim como Jaquinzinhos
Diz então a certa altura o Camarão
Mas o que é que nós ganhamos por falar?
Ó seu grande Camarão pergunta então o Cação
Você nem quer refilar?
Se quer morrer diz a Lula toda fula
Co'a mania da cerveja e dos cafézes
Morra lá à sua vontade, que assim seja
Para agradar aos fregueses
Diz nessa altura a Sardinha p'rá Taínha: sabe a última do dia?
A Pescadinha já louca, meteu o rabo na boca
O que é uma porcaria
Peço a palavra: gritou o Caranguejo
Eu que tenho por mania, observar
Tenho estudado a questão
E vejo a poluição, dia e noite a aumentar
Cai do céu a água pura, e a criatura
Pensa que aquilo que é dele, é monopólio
Vai a gente beber dela
E a goela fica cheia de petróleo
A terra e o mar são, p'ró cidadão
Assim como o seu palácio
Se um dia lhe deito o dente
Paga tudo de repente
Mais ouvidas de André baptista
ver todas as músicas- Noite Cerrada
- Julguei Endoidecer
- Vivendo-Me A Vida
- Bailinho À Portuguesa
- Dádiva
- Não Venhas Tarde
- Lá Na Minha Aldeia
- Lugar Vazio
- Fadista Louco
- A Janela Do Peito
- Ficou A Sombra Da Vida
- Um Fado Nasce
- Ai! Se Eu Pudesse
- Ao Poeta Perguntei
- Dá Tempo Ao Tempo
- Oiça Lá Ó Sr. Vinho
- Pó Nas Minhas Mãos
- Este Poema
- Razão Do Meu Viver
- Estranha Forma De Vida