Mulher-peixão
Antonio nóbrega
Ele gosta dela
E não maltrata ela,
Não desfaz dela,
Trata-a muito bem.
Foi à capela
E casou com ela,
Não repara nela
Os defeitos que tem.
E não maltrata ela,
Não desfaz dela,
Trata-a muito bem.
Foi à capela
E casou com ela,
Não repara nela
Os defeitos que tem.
O que mata ela
É uma perna torta,
E a outra morta
De uma congestão.
Tem um braço seco
Que furou no prego,
Tem um olho cego
E só tem uma mão.
Já foi operada
De apendicite,
E de sinusite
Foi até feliz.
No pé do cabelo
Nasceu uma espinha
E a coitadinha
Perdeu o nariz.
Só tem uma orelha
Mas não é defeito,
Já perdeu um peito
Numa operação.
Quebrou a espinha
E ficou marreca,
Ela é careca
E só tem um pulmão.
Ela tem na cara
Uma queimadura,
Sofre de loucura
E do coração.
O vento passou,
Entortou-lhe a boca,
É fanhosa e mouca
Mas é um peixão.
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