Toda manhã
Apá silvino
É sempre assim
Toda manhã ela para em frente ao espelho
Se prepara com desvelo para o dia que chegou
E ela insiste e não desiste
Em fazer-se diferente
Não reclama, segue em frente
Faz de conta que sonhou
Toda manhã ela para em frente ao espelho
Se prepara com desvelo para o dia que chegou
E ela insiste e não desiste
Em fazer-se diferente
Não reclama, segue em frente
Faz de conta que sonhou
É sempre assim
Acorda cedo
Quando o galo ainda exita em cantar e ela já dita
Ao universo sua canção
Faz que não ver que é muito pouco é quase nada
Mas é tudo que ela pode sem estudo, sem riqueza e sem perdão
Vem o café
E adormecida feito o pão que engole amargo
Não a beijo nem afago
Nem ternura pra lembrar
Durante o dia a fantasia, o que sente é o que trabalha
O carinho é a batalha pra viver e pra sonhar
Mas acontece um dia desses ela vai sem compromisso
Descobrir que a vida é isso
É esperança de seguir
Se não for nada outra estrada vai chegar
E consciente e não mais que de repente
A poesia vai surgir
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