Uso de hoje
Barreto e barrosoSe eu cheguei um pouco tarde
Eu tava escuitando rádio
Pra saber as novidade
São tantas coisinha nova
Que parece na cidade
Véia de sessenta ano
Tão se pintando, tão se namorando
Tão tapeando a humanidade
Inventaro um preparado
Que se chama oxigênio
Faz as preta ficá branca
As branca ficá morena
Faz as véia ficá moça
Tomá o gosto das pequena
Pinta a boca de vermeio
Passa tinta preta na sobranceia
As véia tá feia que até faz pena
Eu casei com uma mocinha
Que era uma pombinha rola
Tinha carinha de anjo
Tinha cabecinha loira
Depois que eu casei com ela
A moça virou criola
Tirou a tinta do rosto
E eu tive um desgosto
O perfume dela que era um colosso virou cebola
Agora fiquei sabido
Ninguém mais não me tapeia
Já deixei de ser caipira
Desprezei a minha ardeia
Se eu vejo muita pintura
Eu já sei que a moça é feia
Mesmo assim o demônio atenta
A beleza acaba, a famía aumenta
E o trouxa aguenta com a casa cheia
Os rapaz que são sortêro
Que só pensa em namorada
A beleza é uma ilusão
O mundo não vale nada
Nossa vida é uma comédia
Muito bem representada
Eu tô seco, arreganhado
É porque casado eu vivo amolado
Desacorçoado com a fiarada