Belchior

Os derradeiros moicanos

Belchior
Nós somos uns pobres diabos sul-americanos, ô, ô, ô, ô
Os derradeiros moicanos, ô, ô, ô

Perís, cecis, guaranis - um glamour de índios de Chateubriand
Tambores tão bons, uns quantos radares, antenas de raça tantã
Voz de palmas: palmeiras, batidas! Dançar ao som de uma só mão
Pra nós da geral - macacos geniais! - fora do carnaval não há salvação
Lá em são luís, cristão infeliz, o bom selvagem aprende francês
Pra ler (e escrever!) o poema do Brasil no original, pela primeira vez!
E nesses brasis - um paris tropical - Henri salvador de Martinique!
Dans l'esprit de la danse une chance! Vive la France antarctique!

Uns brancos de alma negra... des masques cubistes, africaines, decor...
Uns pretos no branco e uns brancos no preto - americanamente bicor
Uns barrocos, baianos do sul, com tudo sutil e sensual:
De terno de linho, chapéu de palhinha - belos como Dorival
Verão (do verbo ver) o verão (estação) que, quem vier, viverá
Dans les tristes tropiques, dans les beaux pays de lá bás
E nesses brasis - um paris tropical - le maracatu atomique
Dans l'esprit de la danse une chance! Vive la France antarctique!

Alavantú, nossa gangue, a quadrilha do sangue danse lá en arrière
Que sonhamos, nos campos, Duchamp, Picasso e Rimbaudelaire
Canibales tropicales en parade autour de la tour Eiffel
Dans mon ile - tabaco de cuba pour messieur le colonel
Domingos, Sivuca, Gonzaga no acordeón, nossos clochards
Brilhe o belga Jacques Brel, já que bel nisso não é de brilhar.
E nesses brasis - um paris tropical! tous les voix de l'afrique!
Dans l'esprit de la danse une chance! Vive la France antarctique!

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