Agonília
CaimConvulsando forte no chão
Sem dor e sangue que não produz leucócitos
Ah, peixinhos esfomeados
Enrugados de seca vão
Estabanar a seca que protege o eutrófico
Agoniza a própria morte
Batendo as nadadeiras falsa forte
Mortificados na temperatura
Dura vontade de poder nadar
Adentrando pelo racho
Respirando o ar que vem da rachadura
Racha-pele toda a sua envergadura
É pela fome de poder nadar
Há um varão e dois resignados
Carregando aquele pesar
Aprender a forma de viver entre os trópicos
Ah, só mais dois – um não mais é peixe
Desencarna e já pode andar
Vive em outra dimensão nos países nórdicos
Verbaliza a própria vida
Vantajando o mar que vem de sua história
Não há mar no mundo que lhe vangloria
Além da poça sertanejantista
Escarnece toda a vila
Que de contos faz o seu pestanejar
Há peixes no mundo que não vivem em ilhas
Há peixes que não conseguem mais nadar
Redes e canoas não podem mais lhe raptar
Há uma liberdade boa pra quem tem morada no mar
Liberdade de escolher um cantinho pra se esconder
Sem pensar que chamarizes podem amadurecer...