Não há pandorgas no céu
César passarinho
Quando morre um menino
Reza o vento sua prece
O destino fecha a porta
E o dia não amanhece
Reza o vento sua prece
O destino fecha a porta
E o dia não amanhece
Quando morre um menino
Se quebra a vida em pedaços
As horas correm vazias
Sem travessuras e abraços
Quando morre um menino
Chora as águas da sanga
Amadurecem inúteis
Figos melões e pitangas
Quando morre um menino
A tristeza mata a fome
E crescem ervas daninhas
Pelos caminhos de um homem
Quando morre um menino
Tem o pão gosto de ferro
A alegria sai da casa
E não há pandorgas no céu
Quando morre um menino
A tristeza mata a fome
E crescem ervas daninhas
Pelos caminhos de um homem
Quando morre um menino
Não há pandorgas no céu .
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