Cidrais

Fomos

Cidrais
Nos seus olhos fechados
Um universo
Os meus, abertos, navegam
Na paz do semblante calmo
Do olhar sereno

Continuo a velejar
No imenso que contemplo

Transito pelos lábios entreabertos
Como quem atravessa
As corredeiras de um rio
E se afoga ao tocar
Na superfície
A ponta dos pés

Você é tempestade e calma
Turbulência e cais
É ritmo que dança
Na ponta dos pés
A música cambaleante que és

E é só por ser
E sou por que és
E somos por que danço
E ainda que em silencio
Ouço
Nesses olhos fechados
Tudo o que fomos

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