Quando o inverno não vem
Edilma januário
O retirante partiu
Quando o inverno surgiu
E não voltou pra o sertão
A asa branca voou
Arribaçã se mudou
Com tanta desolação
Coitado do lavrador a enxada desencavou
E partiu num caminhão
E foi pras terras do sul
Olhando pro céu azul
Sem vez sem voz e sem pão
Quando o inverno surgiu
E não voltou pra o sertão
A asa branca voou
Arribaçã se mudou
Com tanta desolação
Coitado do lavrador a enxada desencavou
E partiu num caminhão
E foi pras terras do sul
Olhando pro céu azul
Sem vez sem voz e sem pão
Deixou pra trás sua vida
Sua terra querida
Seu berço e seu torrão
Estrada empoeirada uma tristeza danada
Pulsa em seu coração
A confiança é tamanha
Lagrima em seu rosto banha
A cada passo que dá
Pedindo a Deus para um dia
Trazer-te ainda a alegria
De a sua terra voltar
Êi êi êi mas não tem nada não
Eu vou voltar pra sertão eu vou esperar chover
Êi êi êi mas não tem nada não eu vou voltar pro sertão vou plantar e vou colher
Pois eu nasci no nordeste
Sou um cabra da peste o poeta falou
Meu sangue gonzaguiano
Vou esperar para o ano
Outro tempo melhor
Possa plantar e colher
Sem medo de perder sem medo de errar
Eu quero ver fartura voar tanajura
Água no rio jorrar
Êi êi êi mas não tem nada não...
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