Uma noite que durou três dias [aleluia!]
Estação das brumasUm corpo jovem estatelou no chão
Sem ninguém para ajudar
Sente a umidade fria do asfalto
Enquanto o sangue escorre sem parar
A tempestade nunca parte sem deixar a sua marca por onde passou
Naquele mesmo instante todo o meu mundo desabou
Castigado pela chuva de verão
E toda a fúria do céu para enfrentar
Veja só como escurece
Com nuvens negras, pesadas pra caralho
Pode assistir em seu LCD
Toda a minha sofisticada agonia
Aleluia
Aleluia
Tentei dizer pra você, meu amor...
O que você nunca ouviu... nem sentiu
2º dia
Recebo pai
Recebo mãe e irmão
Meus amigos também vão chegar
Me contorço em fortes cólicas
Mas em 2 acordes vai passar
Ainda seguro forte sua mão
Não tenho planos de soltar
Aquelas pernas brancas que toquei
Agora estão fazendo falta entre minhas mãos
A boneca mais bela que encontrei
A sua dorme na casinha e a minha num caixão
Aleluia
Aleluia
No primeiro encontro eu cheguei tarde
Não imaginava que um anjo ia cair do céu
E hoje vejo nossos planos queimar como papel
Enquanto a marcha funerária segue o padre
3º dia
Tentei dizer pra você, meu amor
O que você nunca ouviu e nem sentiu
Quero um abraço para chorar
Quero seus lábios para beijar
Ter você em minha cama para envelhecer sem frio
Eu tive um sonho...
Com você...
Meu amor...
(Levanta-te e anda...)
Imagine um anjo dentro de um caixão
Com belas tulipas num grande jardim
O corte mais fundo dói sempre no final
Com dores gritantes berrando - Porque?
A 7 palmos do chão perdi a minha fé
A 7 palmos do chão enterrei minha mulher
Os remédios que tomei para me acalmar
Eram tantos que parti...
...atrás de ti
Nota A música ilustra a situação de um rapaz que aguarda que sua mulher chegue em casa para lhe pedir em casamento. Contar-lhe tudo que jamais ela havia escutado de sua boca. No caminho acontece um acidente que acaba impossibilitando a chagada dela em casa, descobre-se que ela morre, sendo assim, ele passa três dias em claro... no hospital, no velório e no enterro.