Plano
Eu fônicoO que resta é celebrar
Olhares tortos de um dia comum
Lembrança transfigurada das horas
A revolta é a nobreza do escravo
Quando se tem consciência da escravidão
Não às filosofias de cansaço e renúncia
Resignação e destruição
Ajoelhe-se humildemente
P'ra liberdade de uma nova criação
Rebuscando a inocência de outrora
Aprendendo a por os pés no chão
Abandone mentiras convencionais
Se você acha que aguenta
O preço de uma guerra já perdida
Derrota assistida e confirmada
Nunca abafe sua própria voz
Por medo ou auto-piedade
Existe um campo p'ra todos que morrem
Existe um álbum p'ra tudo o que passou
Tudo o que passou
O barco segue o seu curso
Nele a maioria conversa
Mas alguns calados, náufragos em pensamentos
Deliram alguns desastres
E eu sigo aqui vivendo muitas coisas
Palavra comum p'ra repassá-las
E eu já estava quase dormindo
Quando o alarme parou...
E você, por que contesta
A legitimidade de meus versos
Se você pára, ouve e os analisa
E nem ao menos consegue compreendê-los?!