Aparando um vento no pátria
Fabiano bacchieriCochilam pretas cambonas
Nos cavaletes os bastos
Xergões e pelegos gastos
Badanas, chinchas, caronas!
Os tições bato pro fogo
E um mate vou ajeitando
Acho um trapo de alpargata
Pra pegar a alça da lata
Que avisa o ponto, chiando...
Ao "buenas" se vão chegando
Pros amargos galponeiros
Costela gorda e paleta,
Café forte com "galleta"
Para a "hambre" dos campeiros
Nos fletes brotam das ventas
Fumaças brancas de frio,
No encilhar a cavalhada
Late "al pedo" a cachorrada,
Pra manhã que já surgiu...
O capataz pra peonada
Vai o serviço ordenando
E num trotezito lento
Aparo no pátria o vento,
Que sopra fino assoviando
Pra mim tocou os potreiros
Da "tapera" e dos "fundos"
Boiada pampa e a cavalhada,
Que costeia com a estrada
Do "Banhado dos Facundos..."
Os campos de pastos do sul
Brotam a cada estação,
Até nos invernos de agosto
Que açoita duro no rosto
E as rédeas que levo na mão
Quando são lidas tocadas
Os baios fecho tranqueando,
E me ajeito contra as lufadas
Em concha as primas tragadas,
No lume do fogo ariscando...
À tarde já vem garreada,
E pras casas vou rumbeando
Gado curado e contado.
Uma bombeada nos aporreados
No angico retoçando
A várzea cruzei na sanga
E um tajã gritou tristonho
No céu, alegre lua e boieira.
São olhos de china faceira
Abrindo a porteira dos sonhos.
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