Face do holocausto

Periferia

Face do holocausto
Seja bem vindos a periferia
A coletânea de bairros pobres esquecida
Por toda burguesia, comendo sempre arroz, feijão farinha
Equilibrados em quaisquer barracos feitos de qualquer jeito
E você pode crê que a maioria que moram por aqui são negros
Ralando e se fodendo, e o governo vem e bate palmas é isso mesmo
Na precariedade eu vejo um grupo de moleques escuros só de short
Correndo pelas ruas se divertem como podem
Quando criança é o herdeiro a cara do pai
Mas quando crescem decepção mãe
Fim de carreira após uma sessão de tiros e a conclusão
É lagrimas e dor no coração
A expansão comercial das drogas aqui é grande e forte
Os caras se acabam o cheiro da morte exala, mas que nada
A malandragem ativa e muito louca só fuma e cheira a boa
A mente entorpecida voa alguém que a visa não compartilhar do grupo
Mas se quiser chegue mais junto
Ninguém garante volta muito menos o futuro
A segurança é muito pouca a violência acontece em pleno dia numa boa
Mas essa é minha área meu espaço onde fui criado e rejeitado
Lembrado só na eleição e muitos por aqui ainda sonham com a tal solução
A vida na periferia não é nada engraçada
A violência invadida dominando nossas casas
E como sempre os inocentes pagam
Não devem, mas se calam
O samba rolava legal na porta do bar
Não dava para imaginar, mas tudo acabou
Foi a policia que chegou a paz que imperava terminou
O anti-profissionalismo, agressão
Sejam bem vindos à casa do cão
Fdh assino embaixo então preste atenção

Diga se a verdade não está sendo dita
Periferia é periferia não importa o dia

Mas que merda a nossa vida é reduzida a zero
Mas assim sim mesmo sobrevivemos, como podemos
Aqui no centro bem no meio do inferno, pra ser sincero
Gosto daqui porque foi aqui que fui criado, lição n°1
Ficar ligado, não sou otário, não jogo o jogo com baralho de safados
É sempre a mesma cena todo ano, colégios reformados
É professor em greve alunos aprovados mal preparados
Conveniência pro estado, o centro social urbano vive na precariedade
Eles não têm pra eles que dirá para a comunidade
E mesmo na calamidade milhões que ganha com honestidade
Bem antes de amanhecer busão lotado, não pede nem sonha em atraso
Esquema de transporte desorganizado... E com ou sem café lá vão
Eu tenho uma família eu tenho que ganhar o pão
A gente sobrevive na calamidade e quem conhece e sabe
Ser condenado à marginalidade, vida de miserável excluído é grave
A burguesia viram as costas, fecham as portas e se mantém distantes
Mantém seu filho longe do sangue do fulano que não teve sorte
Ou da risada cara do irmão cansado e pobre, a maquiagem o suor que escorre
Se ligue um corpo é encontrado, bem perto de outras ossadas
Informação de área de desova confirmada foi o que deu lá na 1°pagina
Coisa do dia-a-dia, rotina da periferia o submundo antissocial
Pra ser sincero eu nunca vi o gueto no cartão postal
Favela a minha vida toda foi aqui gosto daqui
Pra quem me diz que um fracasso social eu não estou nem aí

Diga se a verdade não ta sendo dita
Periferia é periferia não importa o dia

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