O sertão do meu pai

Meu pai aqui viveu nas bandas do sertão
E fez história em cada palmo desse chão
Ele plantou batata, milho e feijão
Bem cedo de manhãzinha ia pro roçado
E logo em seguida também cuidava do gado
No fim da tarde fazia sua oração

Mas era bem de noite que meu pai se divertia
O cigarro de palha o veio nunca esquecia
O fumo na algibeira, guaiaca e cartucheira
Viola ponteava moda até raiar o dia

Porém o tempo passa e tudo é diferente
Vem o progresso judiar da gente
Asfalto cobre a terra do chão
Meu véio hoje é passarinho na gaiola
Não ponteia mais sua viola
Vive calado em sua oração