Francisco vargas

Tropeiro dos pampas

Francisco vargas
Um frasco de canha é minha água benta
Que eu encho de novo quando a pinga caba
E que da coragem quando a gente enfrenta
Um touro que avança espumando a baba.
Eo meu doze braças por nada arrebenta
Nem com golpe forte de zebua brava
Meu estilo honra a raça de Vargas
E o meu chapéu preto de abas bem larga
Resguarda meu rosto com a sombra da aba.

Minha capa ideal e que me ataca os frios
Nem com tempestade a roupa ensopa
No lugar que eu poso se um baile surgiu
Já pago a minha entrada e vou direito a copa
Se a flor do fandango para mim sorrir
Já faço a proposta se acaso ela topa
Na anca do zaino um lugar ela ocupa
Já levanto a china linda na garupa
De madrugadita vou tocando a tropa.

Eu não tenho medo que façam espera
E até duvido que um macho me marque
E sendo preciso eu brigo com uma fera
Minha protetora minha santa Joanna D'arc
Meu cachorro tira o gado da tigüera
Não atraso a tropa pro dia do embarque
Nas horas de folga eu canto pra ela
Cevando um amargo em roda da panela
De um bom carreteiro gostoso de charque.

No fogo de chão eu esquento a cambona
Já tomo lhe um trago bem grande na guampa
Ao lado da prenda puxando acordeona
Em qualquer recanto um gaúcho se acampa
Dois pelegos grandes, a tarimba é a carona
O Retrato do pago carrego na estampa
Quem mora lá fora conhece essa lida
Pois desde criança gostei desta vida
Depois me tornei um trovador dos pampas.

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