Alessandra tavares v
Franklin manoQue alimenta um passado consumado
Apesar de estar longe, muito longe...
Justifica e motiva minha existência
Sem ela já finalizada
Já não preciso mais chorar
Nem no papel escrever mais nada
Nem me preocupar em ganhar dinheiro
E zelar ao público a minha imagem já desgastada
Não preciso mais
Por ninguém me senti amado
Já não é mais importante
Saber se eu estou fazendo
O que é certo ou errado
O presente e futuro
Já não me deixam equivocado
O novo é só novo
Já não me deixa fascinado
O perigo e o medo
Depois do fim também passaram
E a solidão que um dia fez
Hoje não faz mais estragos
Eu sei que o que sinto não é amor
Paixão ou um sentimento limitado
É bem mais forte que um vício
De cocaína, café e cigarro...
Não se pode comparar
Ao simples fanatismo de uma ideologia
Céptica, política, dogmática, fundamentada.
É bem mais concreto
Que um fato cientifico
Testado e comprovado
Não há retórica
De palavras escritas ou faladas
Nem artes que expressem
O que sinto por ela
No fundo do meu âmago
E essa saudade que ainda me habita
É coisa que um corpo humano falho-limitado
O que eu sinto é bem mais
Puro, doce, sensível, raro e durável,
Que esse espírito nobre
Que em mim se move
Criado por um Deus tão limitado
O que eu sinto não é amor
Pois o amor também é algo falho
O que sinto não tem nome
Apenas estar dentro do meu âmago
Por isso quero me entendas
Por que tenho andado tão calado.
E que essa mudez e esse silêncio
Sejam capazes de expressar
O que sinto dentro do meu âmago
E te tragam de muito longe, muito longe...
Definitivamente para sempre ao meu lado,
Tornando inconsumado
O nosso passado já consumado
E que caiam flores e anjos do céu
E me acordem desse sono embriagado
Para eu ver se eu estou realmente para sempre
Em fim novamente ao te lado.
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