Franklin mano

Cores fora da tela

Franklin mano
Eu estou vivo ainda
Mas sem você
Não tenho mais nada de interessante
Pra fazer
Pelo resto da minha vida...

E até agora eu não sei por que
Você quis partir...
Mas te esquecer dói mais que lembrar
E só depois de fugir
Foi que percebi
Que não existe um lugar seguro
Que eu possa
Me proteger de você
E que ainda não há nada
De concreto que eu possa fazer
Pra não me machucar

[...]

O meu cérebro dói
Internamente, em pus - inflamado,
E tirando a cocaína, a vodka e o cigarro,
Não tenho mais nada a fazer
Por mim agora...

E não é descontrole nem desequilíbrio
Nem desespero nem vício
São tumores malignos dentro de mim
A minha vida em fase terminal
E não há nada que a medicina
Possa fazer pra me salvar agora...

Mas não é por isso que estou revoltado
Triste, a esmo e mal...
É porque meu código genético
Ainda espera em vão pelo seu
Pra trazer ao mundo uma nova vida...
Mas analisado bem os fatos
Acho que Sophia nunca vai chegar...

Pois o que eu tinha antes
Já não tenho mais...
Nada do que eu tinha era meu.
Mídias se corrompem
Livros se rasgam
E eu não sei o que faço
Pra ficar aqui um pouco mais
Quando se extinguir de vez a minha vida...

Por agora...
Palavras já não dizem nada
Retóricas fundamentadas não conseguem convencer
Não há nada em que acreditar
Será que existem mesmo anjos?

Enquanto isso...
Uma chuva morna cai sobre mim
Entorpecido no tempo resvalo inerte
Entre ausência e passado
O tempo na mente corre lento demais

A minha vida toda em trinta segundos
O sopro de ar foge dos pulmões
Eu vejo a luz!
Enfim estou em paz...

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