Entre letras e números
Franklin manoTêm falhas em algum detalhe
E isso o torna ímpar e belo
Mas quase ninguém vê
Meu jeito solitário
Não me faz nem um mal
Eu desconfiaria de tudo
Se eu tocasse por um instante
Meu ideal de mortal
Perguntas sem respostas
E já são tantas as explicações
Que não convencem ninguém
Não dá pra convencer...
Mas a gente fingi cegamente
Por falta de opção
Que acredita no que inventa
Por não puder mudar
Coisas simples de lugar
De dia e de noite
Se repete o mesmo tédio
Antes de deitar
Tomo algumas doses de vodka
Pra não dormi tão sério
Preciso me enganar...
Os mesmos sonhos me perturbam
E meu corpo é sincero
Transpira, geme em febre e frio
No quereres de quem não o queres
A culpa não é minha de gostar
De você
Acordo impaciente
E na seqüência me desespero
Acendo um cigarro
E lembro de esquecer o que mais quero
Já fiz isso e não deu certo
E mesmo assim faço outra vez
Tenho que continuar
Carreirinhas de cocaína
Duetos de Caetano e Chico
Química e músicas se interagem
E se misturam na carne e no cérebro
E me entorpecem os sentidos
Me dá um motivo para caminhar...
A noite escorre lenta
Pelo tempo
E o tempo se engana
Atrasando o relógio
Que não consegue marcar
Vodka e cigarros
Cocaína, Caetano e Chico
Querendo me poupar em vão
Do meu vazio
De mim
E de você.
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