Solidão contemporânea
Franklin manoLembranças e fotografias
São perecíveis, mas não querem se acabar
E vem átona a dura realidade
Separada em fatias
E me faz mergulhar...
Sementes de Hiroshima
Um terreno baldio
Uma rosa sem espinhos
Sem cheiro, quase sem cor
O sol que se põe
A realidade que se opõe
Mãos e pés com oito dedos
A pele sem pêlos
Toda aquela explosão
Desencadeou a mutação
E eu sei que vai demorar
Mais de cem anos
Quatrocentas estações
Pro Karma aliviar o DNA...
A criança de pés descalços
Jogando bola no asfalto
Sonhando em está no time titular
Da Seleção Brasileira
Na Copa do Mundo de 2022
Mas eu sei que vai demorar...
Enquanto isso o tempo passa
Mais um tubo de cola
Uma pedra de craque queimando dentro
De uma garrafa vazia de coca-cola
Alucinando a insônia, parecem aliviar
A fome que devora a carne
A violência que apavora a mente
A rua é a única certeza pra se chamar de lar
E vem átona a minha realidade
Separada em fatias
E me faz mergulhar...
Num beijo na boca, uma poesia
Lembranças e fotografias
São perecíveis, mas não querem se acabar
E sei que vai demorar uma geração inteira
E nada vai volta pro mesmo lugar
Um trago num cigarro
Refletindo sobre um livro
Vão aliviar...
E o tempo vai passar
E você não vai voltar...
As luzes estão acessas
Mas parecem não iluminar
O tempo vai passar
E a única certeza
É que felicidade assim desse jeito não há...
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