Estrada longa
Gaúchos (robledo martins e rui carlos Ávila)
Estrada longa me acenou quando eu nasci
Nem bem guri eu já montava um "baiozito".
Saber de rumos sempre foi o meu ofício
E por municio o chimarrão, mesmo "solito".
Nem bem guri eu já montava um "baiozito".
Saber de rumos sempre foi o meu ofício
E por municio o chimarrão, mesmo "solito".
Estrada longa que mistérios me dizia?
Lombo de pedra e poeira no horizonte.
Quanta vontade de ficar no meu rincão
E, ao mesmo tempo, de varar a mesma ponte.
Estrada longa, de olhos turvos e matreiros,
Que tudo sabe o que há na frente e o que me espera.
Talvez não queira me contar, porque tem medo
De ver mais um na solidão noutra tapera.
De "manhãzita", eu já me avisto campereando
Recolutando alguma rês extraviada...
O campo verde me aprisiona e me liberta,
E até me esqueço que sou "lindeiro" da estrada.
Erguendo frutos, no cercado frente "as casa",
Mantendo a brasa pro churrasco da picanha...
Quem me garante que partindo eu tenho o mesmo?
E a estrada longa permanece a mesma estranha.
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