A fábula dos lobos jerebas e guebas...
Gilberto nascimentoLobos, jerebas e guebas
Tentando sobreviver
Tudo era muito distante
Mas, era o globo um gigante
Tranqüilo pra se viver
Mas ele ficou pequeno
E foi destilando veneno
Ninguém mais pode conter
Os lobos ficaram famintos
Revelando seus instintos
Fome de fama e poder
E viraram serpentes, aves de rapinas
Pra guebas, jerebas e tudo domar
Bestas do apocalipse, lobos do holocausto
A dança do lobo pra silenciar
Sacerdotes e magos, também curandeiros
E visionários com seus rituais
Inventaram demônios e mil divindades
Zil barbaridades em nome do pai
Inquisição, nova dança
Muitos na ponta da lança
Não foi poupado ninguém
Que não entrasse no jogo
E foi muito bicho no fogo
Que não dissesse amém
E os lobos fizeram lobbies
Cada dia mais esnobes
Uma ambição sem igual
Ora um desce, outro sobe
Outros que ora-pro-nóbis
Permissão celestial
Predadores modernos e sofisticados
Com sites, e-mails, lobos virtuais
Lobo dá e lobo toma bolo de outro lobo
Pra nosso consolo, é gozado demais
E é dente-por-dente, é olho-por-olho
Tornando-se cada vez mais canibais
Traduzindo seus uivos em muitas linguagens
Entrando pra era dos lobos globais
Já corroeram as artérias
Desintegraram a matéria
Ferocidade animal
Nadaram na sopa quântica
Miragem antropomântica
Viagem doida pro caos
Galopei pelo universo
Montado nesses meus versos
Sem conseguir explicar
Os nossos cinco sentidos
Tão limitados não sabem
Onde isso tudo vai dar