Gonçalo salgueiro

Naufrágio

Gonçalo salgueiro
Pus o meu sonho no navio
E o navio em cima do mar
Depois abri o mar com as mãos
Com as mãos para o meu sonho naufragar

Minhas mãos ainda estão molhadas
Do azul, do azul das ondas entreabertas
E a côr que escorre dos meus dedos
Colore as areias desertas

O vento vem vindo de longe
A noite se curva de frio
Debaixo da água vai morrendo
Vai morrendo o meu sonho dentro do navio

Chorarei quando fôr preciso para fazer
Para fazer com que o mar cresça
E o meu navio chegue ao fundo
E o meu sonho desapareça

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