Gonçalo salgueiro

Trigueirinha

Gonçalo salgueiro
Trigueirinha d’olhos verdes
Vê lá se perdes teu ar trocista
Com tua graça travessa
Perde a cabeça qualquer fadista

Se és cantadeira de brio
Vem cantar ao desafio
Mas toma tino
Não dês um passo mal dado
Porque o teu xaile traçado
Já traçou o meu destino

Bate o fado trigueirinha
Dá-me agora a tua mão
Trigueirinha acerta o passo
No bater do coração

Ensina-me uma cantiga de amor
Que diga coisas do fado
Uma cigana que amava
Como eu gostava de ser amado

Ao trinar desta guitarra
Se desfez aquela amarra
Que me prendeu
Que triste fado afinal
Tu é que fizeste o mal
E quem o paga sou eu

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