A estrela torta da espora
Gujo teixeiraMetendo os dente, contra as costelas do colorado
Fechou o céu, escureceu, e eu firmei meu posto
A contragosto, que eu vinha lindo, de chapéu tapeado.
Quem que mandou, querer por conta desencilhar
Sem me deixar, nem apeiar, ou descer ligeiro
Foi resolver, mais outra vez, arrastar minhas garras
Agora por farra, vai me levar, que eu sou caborteiro.
Meu colorado as vez parece que esquece a doma
Quando se assoma com a alma ruim dos potro veiaco
Um dia desses, me errando coice, se estendeu pra fora
Me entortou a espora do pé direito e arrancou um taco.
Agora eu vinha, num tranco estradeiro de bota nova
Primeira sova, couro de capincho, cosa bem feita
E o colorado mudou o trancão, e agachou o toso
E por baldoso, me entortou de novo a espora direita.
Mais hoje a história, por bem ou mal, já foi diferente
Firmei os dente, uns sete ou oito, dos que restaram
Contra a barrigueira e couro grosso do colorado
E de chapéu tapeado, abanei o pala pros que olharam.
Mais aí que a sorte de quem se estriva, vai água abaixo
Foi-se o barbicacho, e o chapéu tapeado boleou pro chão...
E o colorado ainda pisa a copa do meu aba larga
Daí sim fiz carga, e entortei a outra, firmando o garrão.
Mais ouvidas de Gujo teixeira
ver todas as músicas- Carreira de Campo
- Alma de Vento e Assovio
- Milongueando A Solidão
- Casando cavalo
- Na Paz do Galão
- Sonho em flor
- A Estrela Torta da Espora
- Poema de Amor Pra Sempre
- Teu amor chegou um dia
- Coplas De Terra Morena
- Resto De Fronteira
- A Memória da Pedra
- Milongueando a saudade
- Quando o verso vem pras casas
- Senhor das manhãs de maio
- Tô a cavalo
- Assim Se Vai P`a Três Cruzes
- Batendo Água
- Milonga Existencial
- Por Um Abraço