Ementário de partida
Gujo teixeiraque é novo a cada momento
tem na inconstância do vento
o destino que lhe cabe.
Nem mesmo o destino sabe
o porquê destas partidas,
das múltiplas despedidas
que o tempo nos apresenta.
Eu levo um sol no destino
e a sombra por desafio,
um azul de céu imenso
e duas margens de rio,
um passado e um presente,
que dimensionam meu tempo,
um adeus de lenço branco,
que ficou no esquecimento.
Quando parti levei sonhos
e o coração do avesso,
as palavras de um verso
que eu só fiz o começo
e um baú de lembranças
de falso ouro, sem preço.
Quando parti levei sonhos
e o coração do avesso...
Pensei que fosse mais fácil
emoldurar o passado
num retrato amarelado
antigo quanto a saudade.
Quando se partem as metades
um lado procura o outro.
O que vai é o recomeço,
o que fica morre aos poucos
Na hora em que a alma dorme
nos tempos de cada um
a saudade é tão comum A
como a de estar ausente.
já não germina a semente
que ao solo se oferece,
somente os sonhos são férteis
em terra que nada cresce.
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