Sem jeito
Gunnar vargas
Luvas, pernas, botas, braços, unhas, lábios, cílios
E até o cinto preto
Não sabe eu fico assim até sem jeito
E até o cinto preto
Não sabe eu fico assim até sem jeito
Velas, taças, vinhos, queijos, som na caixa
Música de efeito
Não sabe eu fico assim até sem jeito
Peça a peça, uma a uma, não há pressa
Prolonga esse momento
Não sabe eu fico assim até sem jeito
Na sacada, na cozinha, na escada, na esquina
No estacionamento
Não sabe eu fico assim até sem jeito
Os sussurros, os delírios, no escuro, beijos, gritos
O ar rarefeito
Não sabe eu fico assim até sem jeito
Crava os dentes, deixa marcas, masoquista
Ultrapassa sem direito
Não sabe eu fico assim até sem jeito
Derrete os anéis na erupção
Abre os portões de uma deusa de luz
Derrama em meus pés uma nova visão
Descarta razões e me seduz
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