Insurreição!

Samba da insurreição!

Insurreição!
É um senhor que nega usar bengala
É um senhor um tanto tagarela
E quem quiser que o chame de idoso
Pois o danado indé formoso
Nesse seu maduro esplendor
E vai disseminando seu fascínio
Sobrevivendo ao assassínio
Esbanjando vigor

É o samba que não quer calar
É a voz dos desesperados por insurreição
Que entoam dia e noite um canto sem razão
Pois pra que pensar tudo que faz
Se nem és capaz de amar demais
A ti mesmo e a teu irmão de sangue ou espécie
Só porque ele não convenciona tua prece
Não sei aos olhos de Deus
Mas aos olhos meus
Somos iguais e nada mais

Faz um favor não vem me azougar
O meu sinhô nem vem pra cá lograr meu bom humor
Vou te avisar: tu vai quebrar a cara
Que o meu batuque é coisa rara
Só quem tem canção pode entender
Se me subestimar pela idade
Vai ver que jovialidade
Eu tem pra dar e vender

Eu sou o samba e não vou calar
Na corda bamba eu continuo a passear
Livrando as bombas que querem me derrubar

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