Quatro tempos
Isaac cândido
Se eu falar do meu passado
Sei que é leite derramado
Se seu falar do meu presente
Hoje eu vivo como gente
Sei que é leite derramado
Se seu falar do meu presente
Hoje eu vivo como gente
Se seu falar do meu futuro
Sei que é muro, sei que é duro
Se seu falar tempo perdido
Isso é termo proibido
Eu encontro os quatro tempos
Nos olhos dessa mulata
Não tenho medo do doido
Se não passa da entrada
Não tenho medo da bala
Se não tá na espingarda
Não tenho medo da farda
Se não cabe mais no guarda
Não tenho medo de quem
Não me estragar a madrugada
Eu encontro os quatro tempos
Na boca dessa morena
Não tenho medo da sogra
Se ela não gostar de cena
Não tenho medo do padre
Se ele não rezar novena
Não tenho medo da globo
Se a TV não tem antena
Não tenho medo da morte
Se não existir a pena
Quando surge a diferença
Entre o que existe e o que se pensa
Quando todos os heróis falidos
E os vilões subnutridos
Resolverem um dia se enfrentar
Nunca se sabe o que vai dar.
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