Lenho verde
Isabel pachecoE não tendo vergonha da dor
Foi morrer porque assim queria
O seu crime foi ter muito amor
Era rei com coroa de espinhos
O seu trono foi a rude cruz
Quando nela ele foi levantado
Atraiu muitos a sua cruz
Oh, não chores filha de sião
Por ele ninguém deve chorar
Ele foi lenho verde queimando
Seus filhos muito mais queimarão
E agora pregado em seu trono
Suas vestes foram repartir
E assim pra vestir todo homem
Ele mesmo deixou se despir
Tenho sede ele falou baixinho
E lhe deram a beber fraco vinho
Mas ao mundo ele está a dizer
A quem tem sede lhe dou de beber
E a morte foi se aproximando
E ele foi suportando esta dor
De repente gritou de agonia
E a Deus o espírito entregou
E o seu coração quebrantado
Que já morto ainda foi traspassado
Sangue e água foram derramados
Pra salvar todo vil pecador
Toda terra chorando e gemendo
Até o Sol se escondeu de tristeza
Ao ouvir este grito de horror
Se abalou toda a natureza
Como rico ele foi sepultado
Com perfume e mais puro linho
Mas quebrando as correntes da morte
Ressurgiu para ser o caminho