Rio das pérolas
João afonsoo junco rasga o caminho
no rio das pérolas um ponto sem fundo
dá força à tranquila montanha
No porto os tancares aguardam o mundo
como se ocultassem segredos nas águas
no rio das pérolas um ponto sem fundo
dá força à tranquila montanha
Cisma no deserto d´olhar peregrino
um rapaz atrás da lua
soluço das ondas que o farol envia
e a cor que a luz refugia
Despida a noite a copa dos sonos
É de barro a última palavra
no rio das pérolas um ponto sem fundo
dá força à tranquila montanha
Nos sulcos do mar de prata
Vai um barco viageiro
Tem por destino a distância
O vento que sopra é timoneiro
Na trança a figura do mundo antigo
saudades colinas do velho farol
no rio das pérolas um ponto sem fundo
dá força à tranquila montanha
Chove nas vidraças, jogos inventados
à beira dum mundo novo
soluço das ondas que o farol vigia
e a cor que a luz refugia
Farol da guia ensina a noite
à linda tancareira a remar
no rio das pérolas um ponto sem fundo
dá força à tranquila montanha
Vinte léguas o circundam
de esperar pela maré cheia
brilha o sol em hora e meia
e um rapaz atrás da lua
sentado num guarda-chuva
voa o peixe na banheira
e a canção é das torneiras
do coração das sereias
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