João afonso

Vagabundo das estrelas

João afonso
Deambulava pela cidade
Atrás dos passos
Tinha um sentido da liberdade
Remotos espaços.


Livre seguia no seu jardim
Para si contando
Histórias sem fim


Fazia do lugar um respirar
Algures dormia
Algures comia


A melodia
Que assobiava para as calandras
Perfumes raros
Que exalavam as noites brandas


Olhava os pássaros
Sorriu assim
E entendia o seu latim


Bebia lento e contemplava
O traço branco
A boca molhava


Muitos passos mede o mundo
Assim me diz quem o sabe
Será grande mas cabe
Nos passos dum vagabundo


Vagabundo das estrelas
Já ninguém se importa ao vê-las
Na esfera a cintilar.

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