Canga do tempo
João mulato e douradinho
Com a canga de madeira os bois carregam
A carga no velho carro em seu vai e vem
Na canga do meu destino carrego a vida
E a vida carrega as dores que o mundo tem
As dores vem vai meus sonhos despedaçados
Na estrada esburacada que em mim ficou
Por onde passei meu carro de amor desfeito
Até a canga do tempo me calejou.
A carga no velho carro em seu vai e vem
Na canga do meu destino carrego a vida
E a vida carrega as dores que o mundo tem
As dores vem vai meus sonhos despedaçados
Na estrada esburacada que em mim ficou
Por onde passei meu carro de amor desfeito
Até a canga do tempo me calejou.
Todos temos nossa canga mas nós não vemos
Puxando a pesada carga da solidão
Até que o carro da vida um dia pára
No lamaçal sem saída do coração.
Canga e madeira forte foi se gastando
Pelas estradas batidas destes sertões
A canga do meu destino é bem mais dura
Porque foi feita por muitas ingratidões
Sobras de amor ficaram pelos barrancos
Recordações se perderam nos areiões
E com o pó da saudade no cabeçalho
E o choro de minha mágoa nos seus cocões.
Todos temos nossa canga mas nós não vemos
Puxando a pesada carga da solidão
Até que o carro da vida um dia pára
No lamaçal sem saída do coração.
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