Estância velha, sou eu...
Joca martinsque sinto... que penso e canto
...ofereço este acalanto
ao que foste e que resiste
aom progresso duro e triste
que ameaça teu valor...
...dor, angustia e dissabor
que a despatriar-nos insiste
Estância velha, sou eu
que sinto... penso e sonho...
...como um Angüera tristonho
pelos ermos campos vastos
...com saudade dos meus bastos...
sangas, grotões e peraus...
tropas cruzando o vau
do rio deste tempos gastos.
Estância velha, sou eu
que sinto... que penso e sei:
és o legado que herdei
dos sonhos dos meus antigos...
... testamento proferido
-timbrado a pó de mangueira
inventario de fronteira
dos meus terrunhos sentidos...
Estância velha, sou eu
que sinto... que penso e faço...
sou o derradeiro lançaço
de resistência em defesa
da cultura e da nobreza
de não suportar teu fim...
...que não quer que seja assim
a roubarem-te a beleza
Estância velha, sou eu
que sinto...que penso e falo...
... sou centauro de a cavalo]a render-te este lamento
e nombrar-te aos quatro-ventos
como gaúcho sem dono
-testemunha do abandono
dos teus ultimos intentos...
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