O vento de vez em quando
Soprava sobre a campina
E a noite calma e escura
Guasqueava uma chuva fina
A tropa foi se deitando
Só o pingo mascava o freio
E um taura fazia ronda
Cantando no pastoreio

O céu coberto de nuvens
Nem uma estrela de guia
E do coice de um ‘’relâmpo’’
Um raio se desprendia
Rondar em noite de chuva
É pior que a dor de uma mágoa
E eu já sentia meu pingo
Batendo com os cascos na água

Veio vindo a madrugada
Trazendo o canto do galo
E o tempo não dava folga
Nem pra mudar de cavalo
O campo ficou alagado
Aonde o gado dormiu
E só me sobrava na mala
Meu velho cantil vazio

E lá no fogão tropeiro
Um amargo de respeito
Ia assando bem de longe
Um granitito do peito
Quando clareou bem o dia
Larguei a tropa pastando
Era mais uma tropeada
Que ali estava se findando

O rio amanheceu cheio
Bufando e fazendo onda
Naquela noite de chuva
Fechei minha ultima ronda

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