Jorge guedes e família

Que nem dois irmãos

Jorge guedes e família
Ele tem raiva guardada
Desde o meu primeiro afago
Que lhe espatifei dum pealo
E lhe saquei os dois bago!

Por isso, sempre que pode
Não me desvia um pisão
E eu lhe encaroço as virilha
Pra devolver a afeição!

Anda sempre me tenteando
Pra me arrancar um pedaço
Num coice, numa mordida
Ou mesmo num manotaço

É um amor correspondido
Não é da boca pra fora
Então lhe faço um carinho
Com os sete dentes da espora!

Eu e o meu cavalo zaino semo
Que nem dois irmão!
No fundo nós se gostemo
Mas não tem demonstração!

Me enxerga e murcha as orêia
Num relho já dou de mão
E o galpão véio da encilha
Quase botemo pro chão

Eu e o meu cavalo Zaino
Cursamos a mesma escola
Um dia atraquei urtiga
Debaixo da sua cola

Ele entrou na brincadeira
Quando me viu sorridente
E me presenteou um coice
Que me arrancou quatro dente!

Trato bem cavalo manso
Mas com maula não me encolho
Falo a língua do beiçudo
Que mostra o branco do olho!

Um não tem mágoa do outro
Pra nós é tudo normal
Só não sei, dos dois parceiros
Qual é o mais irracional!

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