Para não me lembrar
Joyce albuquerqueQue amor é assim mesmo
Sabe que eu não mereço
Certas discussões
E se eu não te esqueço
Viro sangue e faleço
Pague então qualquer preço
Pra testar transfusões
Me devolva pro lar
Que eu cansei de pulsar
Em outros corações
Não venha me dizer
Que eu desapareço
Sabe que eu permaneço
Nas mesmas missões
E se eu te favoreço
Me viro do avesso
Peço a alguns esqueletos
Pra trocar de sensações
Me entrego pro mar
Que eu cansei de boiar
Nas tuas indecisões
Não venha me dizer
Que eu te aborreço
Sabe que não adormeço
Sem citar as razões
E se não enriqueço
Rasgo o teu endereço
Sonhos nítidos, escureço
Por não poder te dar aviões
Me lamento num bar
Que eu cansei de chorar
Para multidões
Não venha me dizer
Que eu pareço de gesso
Sabe como enlouqueço
Só por falsas visões
E se da cama não desço
É por saudades do berço
Que serve de arremesso
Para antigas emoções
Me despeço do par
Que eu cansei de amputar
Minha paz com os seus canhões