As primeiras horas de abstinência
Leonardo dominisckiQue eu canto o que grita aqui dentro
E de algum jeito grita no peito de cada um
Olha bem esses cachos que saltam nos passos pesados
Exaltam meu lado empatado
Com o cigarro amassado que ainda queima
Quando eu fico meio reflexivo, eu pelo menos não preciso
Tapear ou tapar meu rosto com um resto de sorriso
Tendo um abraço quente e alguém pra dar risada
Não há nada que seque a garrafa do tinto vermelho de sangue
De um peito curado, meu Deus, como é bom ser armado de amor
E a adolescência ferve por conexão ou algum tipo de consolo
Eles tem mais ou menos dez anos a menos
Dez anos a mais pra chegar melhor do que eu sou
Por mais que de algum modo não consigam aceitar
Que estão longe de ser prontos
Vivendo entre prints
Buscando algum conforto na falta de limites
Mirando o HD, mas vivendo em 8bits
É foda, na hora que ser feliz entrar na moda
Alguém vai pensar que inventou a roda
Quando desabar num copo por ser triste
E anota, eu sou a prova de que a vida muda a rota
Porque esse cara que agora você nota
Antes ninguém aqui sabia que existe
Que droga, ainda gosto de quem eu sou
Às vezes vai por um triz, mas konai
Tudo bem ela ser mais uma cicatriz
As primeiras horas de abstinência
São do desespero
E depois desconforto, então condescendência
Em saber que na melancolia
Reside o prazer de saber que não é mais tristeza
E que o amor é progressivo, exige todo dia
Que se estimule um pouquinho pra que fortaleça
Cresça lindo, como sendo, não sentindo, e nem tendo, sendo
Da cabeça aos pés e em 360