Cantiga brasileira
Leonia oliveira
Canta que a noite não é tão escura
A ponto de errares a letra.
Me pões a perder
Quando estamos sós.
Há luz manchando teu corpo
E a revolta da lua
Me perco enquanto somos nós.
Canta que a greve da voz
É menos feroz do que
A guerra na América Central.
É preciso que uma flor brote
No coração da selva.
Meu amor, anda tudo
Esperando o bote do amanhã.
Me pões a perder nesse afã.
Canta, enche os meus ouvidos,
Meu umbigo, minha garganta.
Quero estar junto contigo no caminho
Mesmo que erres.
E subir a serra, descer a ladeira,
Machucar o pé na Terra.
Me pões a perder numa cantiga brasileira.
Há quem diga que a paz não vai durar
Mais um mês.
Daqui a pouco talvez estaremos separados.
Canta sobre a rua lapidada de políticos,
De propaganda sem ideal.
Me pões a perder
Ainda há tempo no jornal
Pra se esconder.
Canta que'u permaneço no perigo caçando teu rival
Só pra te escutar.
Canta, canta, ensina-me o que é cantar!
A ponto de errares a letra.
Me pões a perder
Quando estamos sós.
Há luz manchando teu corpo
E a revolta da lua
Me perco enquanto somos nós.
Canta que a greve da voz
É menos feroz do que
A guerra na América Central.
É preciso que uma flor brote
No coração da selva.
Meu amor, anda tudo
Esperando o bote do amanhã.
Me pões a perder nesse afã.
Canta, enche os meus ouvidos,
Meu umbigo, minha garganta.
Quero estar junto contigo no caminho
Mesmo que erres.
E subir a serra, descer a ladeira,
Machucar o pé na Terra.
Me pões a perder numa cantiga brasileira.
Há quem diga que a paz não vai durar
Mais um mês.
Daqui a pouco talvez estaremos separados.
Canta sobre a rua lapidada de políticos,
De propaganda sem ideal.
Me pões a perder
Ainda há tempo no jornal
Pra se esconder.
Canta que'u permaneço no perigo caçando teu rival
Só pra te escutar.
Canta, canta, ensina-me o que é cantar!
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