Memoria da noite
Luar na lubrea lúa abanea sobre as ondas
piso espellos antes de que saia o sol
na noite gardei a túa memoria.
Perderei outra vez a vida
cando rompa a luz nos cons,
perderei o día que aprendín a bicar
palabras dos teus ollos sobre o mar,
perderei o día que aprendín a bicar
palabras dos teus ollos sobre o mar.
Veu o loito antes de vir o rumor,
levouno a marea baixo a sombra.
Barcos negros sulcan a mañá sen voz,
as redes baleiras, sen gaivotas.
E dirán, contarán mentiras
para ofrecerllas ao Patrón:
quererán pechar cunhas moedas, quizais,
os teus ollos abertos sobre o mar,
quererán pechar cunhas moedas, quizais,
os teus ollos abertos sobre o mar.
Madrugada, o porto despertou, amor,
o reloxo do bar quedou varado
na costeira muda da desolación.
Non imos esquecer, nin perdoalo.
Volverei, volverei á vida
cando rompa a luz nos cons
porque nós arrancamos todo o orgullo do mar,
non nos afundiremos nunca máis
que na túa memoria xa non hai volta atrás:
non nos humillaredes NUNCA MÁIS.
A lua ondula sobre as ondas
Piso espelhos antes de que saia o sol
Na noite guardei a tua memória.
Perderei outra vez a vida
Quando a luz romper nos costões,
Perderei o dia em que aprendi a beijar
Palabras dos teus olhos sobre o mar,
Perderei o dia em que aprendi a beijar
Palavras dos teus olhos sobre o mar.
Veio a manhã antes de vir o rumor,
Levou uma maré à sua sombra.
Barcos negros cruzam a manhã sem voz,
As redes vazias, sem gaivotas.
E dirão, contarão mentiras
Para oferecer-las ao patrão:
Vão querer fechar com algumas moedas, talvez,
Os teus olhos abertos sobre o mar,
Vão querer fechar com algumas moedas, talvez,
Os teus olhos abertos sobre o mar.
Madrugada, o porto despertou, amor,
O relógio do bar ficou parado
Na costeira muda da desolação
Não vamos esquecer nem perdoa-lo.
Voltarei, voltarei à vida
Quando a luz bater nos costões
Por que nós arrancamos todo o orgulho do mar,
Nós não afundaremos nunca mais
Que em sua memória nao haja mais volta:
Nao nos humilharemos NUNCA MAIS.