O peão e o amigo doutor
Luiz arlindo peresVem do meu lado sentar
Por favor, preste atenção.
Temos muito a conversar
Desde que você foi se embora
Na cidade foi morar
Estudar pra ser doutor
Demorou para voltar
Fiquei aqui na fazenda
Dando duro no pesado
Trabalhando na lavoura
Também na lida do gado
Aquele carro de boi
Lá no canto do terreiro
É uma viva lembranças
De quando meu pai foi carreiro
Esse carro é uma relíquia
Que eu ganhei do meu pai
Não a dinheiro que paga
E da minha mão não sai
Com a chegada do progresso
Meu carro não uso mais
Ta tudo mecanizado hoje é só trator que faz
Hoje a vida de transporte é em caminhão trucado
Abastecendo os açougues e sereias lá no mercado
O meu pai se destacou como indústria na cidade
Investiu todo seu lucro com muita capacidade
Pra não perder as origens gosto mais do meu sertão
As minhas mãos calejadas da orgulho em ser peão
Você hoje é um doutor morando na capital
Obrigado da visita no meu cantinho rural