Botando um pealo
Luiz marencoGanhou o mundo da porteira
Levantou terra por touro
E disparo na manguera.
Eu ajeitava minha armada
Quatro rodeilhas e um destino
Um doze braças, de oito
De couro de um boi salino.
-zunio o vento no céu...
-bateram bombos na terra...
Era um encontro ao acaso
Era um combate de guerra.
Cruzou o pampa-brazino
Meu laço segui seu rastro
Tava com fome de um pealo
Pois foi lambendo o pasto.
O pampa juntou as mãos
Deu cara-volta e plantou-se
Estendeu umas dez braças
E depois acomodou-se.
Parece que foi rezar
Pra o seu santa protetor...
-mas o meu santo é mais forte
E ainda é pealador!
Pois qunado boto um pealo
Meu tirador nem faz conta
Quadro o corpo e só escuto
O estouro na outra ponta.
Deixo assim, que se estenda
Despois que espiche meu laço
Que eu ainda me governo
Seja com jeito, ou no braço.
Logo se vem o capataz
Com a peonada apertando
Firma a cabeça e coleia
Por que a marca vem queimando.
E a faca no serviço
Por bem afiada se guia
E deixa um risco de sangue
Coloreando na "viria".
Depois foi um, e mais outro
Serviço de tarde inteira
Era um buraco no chão
Na saída da porteira.
Pra resumir essa história
Vou lhes contar como foi:
-quando caia era touro
Depois do pealo era boi...
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