Esse jeito de domingo
Luiz marenco
Lá vem Natalício Perdomo
No seu moro destapado
E um ovelheiro do lado
Costeando a franja do pala
No seu moro destapado
E um ovelheiro do lado
Costeando a franja do pala
Será que andou de cismado
Numa bailanta argentina
Com alguma correntina
De pêlo amorenado?
Ou uma milonga campeira
Mesclada com uma carreira
Lhe pealou pelo sombreado
De um capão de pitangueira?
Quem sabe as suas razões
De andejar nos domingos
São as mesmas desses índios
Que habitam os galpões?
Que fazem as solidões
Se multiplicarem nos cascos
De um mouro negro ou picasso
Pra os olhos de alguma china
Não é só a geografia
Deste meu povo de campo
Mas também fisionomia
De quem tem seu próprio canto
E alimenta suas raízes
Com jujos da própria alma
Filosfias de calma
Paciência de acalanto
Este meu povo de campo
De geratrizes antigas
Mistura de pulperias
Ternura mansa de rancho
Tem memoriais escondidos
Nas dobraduras do arreio
E andar dos pastoreios
Esparramando cultura
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