Eu e o rio
Luiz marenco
Mateando a sede do pago
Na sonolência das margens
Sobre um espelho de imagens
Passa o rio tranquilamente.
Na sonolência das margens
Sobre um espelho de imagens
Passa o rio tranquilamente.
Estrada clara de seiva
Lua de estrelas prateado
Onde peleia o dourado
Na boca dos espinhéis.
Peregrino dos caminhos
Nos rumos dos horizontes
Adeus no calor dos ninhos
Acena o sonho dos montes.
Meu corpo, barca perdida
Entre canções despraiando
Passando no rio da vida
Vagando, sempre vagando.
Debruça em sono a barranca
Desliza a balsa sonhando
Por entre nuvens rogando
Mistérios dos aguapés.
Nunca retorna ao caminho
Desmaiado em suas ânsias
Mergulha pelas distâncias
Sem saber bem o que quer.
Meu corpo, barca perdida
Entre canções despraiando
Passando no rio da vida
Vagando, sempre vagando.
Peregrino dos caminhos
No rumo dos horizontes
Matando a sede da terra
Vivendo a sede de andar.
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