Gateada madrinha
Luiz marencoE a manhã fazendo pouso lá por detrás do capão
A indiada apertando a cincha, num bate-bate de argolas
E um choro fino de esporas, como clarim do galpão.
Eguada de cria ao pé, com sereno no topete
Que clareou costeando o brete, talvez pressentindo o chão
Cada tordilha mais linda, umas chucras, outras mansas
E um cusco que é das confianças pra lidar com a criação.
Num grito de - abre a porteira - tropilha se
esparramando
A potrada se trompando contra as éguas na saída
Mais lembrava um olho d`agua , que da terra ia surgindo
E serpenteava sumindo, por entre a várzea comprida.
No lombo de um zaíno louco, sestroso e passarinheiro
Um campeiro abria o peito, entre a poeira e o tropel
Até previa o momento que o maula fosse sentando
Renegando de um zurrilho, que a dias se foi pro céu.
Um cincerro no pescoço, num costado musical
De uma gateada cardal, madrinha por experiência.
O capataz bem de longe, num bico branco calçado
Parecia um delegado, nos setembros da querência.
Talvez tivesse na idéia, mirando campo e estrada
De soltar essa gateada na frente de uma tropilha
Pra invernar n`algum rincão, os tubunas do poder
Que fazem o povo sofrer, taperando estas coxilhas.
Mais ouvidas de Luiz marenco
ver todas as músicas- Senhor Das Manhãs de Maio
- Um Vistaço na Tropa
- Recuerdos Posteiro
- Cantador de Campanha
- De Alma, Campo e Silêncio
- Pra Os Dias Que Vem
- Quando O Verso Vem Pras Casa
- Meu Rancho
- Ressábios
- Da Boca pra Fora
- Andarilho
- Entre Mãos e Tentos
- Destinos
- Fandango Na Fronteira
- Último Sonho Xirú
- Na Minha Solidão
- Pra Quem Avista Ivituatã
- Estâncias da Fronteira
- Este Jeito de Domingo
- De Volta de Uma Tropeada