Porque canto solito
Luiz marenco
O canto claro de um galo
Fez fiador pra madrugada
Que retoçou campo afora
No lombo duro de geada
Plantou nuvens de fumaça
Nas ventas da cavalhada
Fez fiador pra madrugada
Que retoçou campo afora
No lombo duro de geada
Plantou nuvens de fumaça
Nas ventas da cavalhada
A bota busca o estrivo
E o baio campeia a volta
Já me acho enforquilhado
E convido a minha escolta
Um brasino carrapicho
Que onde pega não solta
Depois de habitar o poncho
Que traz cismas de braseiro
Bem quinchado de chapéu
Rancho rude do campeiro
Pra escorar lichiguanas
No inverno mais grongueiro
Quem nasceu nesta querência
Não afrouxa nem um tento
Embuçala o seu destino
Sabe trançar sentimentos
Pois tem a alma pilchada
De sanga, fogão e vento
Por isso trago a constância
De cantar o chão nativo
Sobram razões pra fazê-lo
A lida empresta motivos
Piso sempre a terra firme
Mesmo tendo o pé no estrivo
Quando o fim do dia chega
Junto ao galpão desencilho
E canto tudo o que eu fiz
Pra guitarra que dedilho
Na certeza que amanhã
Ela conta pra meu filho
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